Dominar o cálculo te permite entender quanto as instituições financeiras cobram e, assim, definir se a proposta é boa ou não
Você entende calcular juros do financiamento? Se não, saiba que está longe de ser o único, já que a ausência do conhecimento de tal prática é super comum, o que infelizmente coloca os tomadores de crédito em uma posição desfavorável.
Uma pesquisa feita pelo diretor da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira, em parceria com um portal sobre economia, mostrou que 99,4% dos brasileiros desconhecem o conceito de juros compostos.
Em outras palavras, é como se a cada mil brasileiros, apenas seis realmente soubessem como funcionam os juros que incidem sobre os empréstimos, financiamentos e outras modalidades de crédito, o que é uma situação bastante preocupante.
Este número foi obtido por meio de um teste sobre o assunto, ou seja, a veracidade dos dados é bem alta, já que os participantes se depararam com uma situação prática.
Logo, se tal situação fosse a contratação de um empréstimo ou outra forma de crédito, muito provavelmente eles seriam enganados.
Em paralelo, o número de brasileiros que contraem empréstimos é grande. Uma pesquisa do Google Survey mostrou que 51,6% fizeram um empréstimo nos últimos 12 meses para “dar um gás” nas contas, ou seja, evitar que o mês feche no vermelho.
Outra pesquisa, esta feita pelo Grupo H, constatou que 73% dos entrevistados fizeram um empréstimo consignado para quitar outras dívidas com juros maiores, como cheque especial e cartão de crédito, por exemplo.
O problema aqui não é a obtenção de crédito, de forma alguma, mas sim o fato de que a imensa maioria das pessoas não entende o que está por trás dos cálculos dos juros, o que pode fazê-las pagar muito mais do que o valor que contrataram.
Se você quer entender como funciona esta questão, fique tranquilo, pois veio ao lugar certo. Saiba o que deve ser feito para conhecer os juros de uma modalidade de crédito e, assim, definir com o devido embasamento se aquela é uma proposta bacana ou não.
Leia mais: Descubra como pedir empréstimo e conseguir as menores taxas de juros
Como calcular juros do financiamento?
Através de um conceito conhecido como juros compostos, cujo cálculo deve ser feito de uma maneira bastante peculiar para trazer resultados reais.
Antes disso, porém, vamos comentar sobre os juros simples, que é o primeiro passo para a compreensão de como funcionam os juros de um financiamento.
Os juros simples consistem em um valor fixo que será acrescido a um determinado valor, ou seja, este não muda com o tempo. Seja em 6, 12, 24 ou 48 parcelas (ou qualquer outro número), a quantia acrescida será sempre a mesma.
Imagine, supostamente, que você investe R$ 10.000 em alguma carteira de investimentos com juros simples (apenas para fins de aprendizagem, já que elas recorrem ao conceito de juros compostos) e rendimento mensal de 2%. Em 12 meses, você teria os seguintes valores:
- Mês 1: R$ 10.200
- Mês 2: R$ 10.400
- Mês 3: R$ 10.600
- Mês 4: R$ 10.800
- Mês 5: R$ 11.000
- Mês 6: R$ 11.200
- Mês 7: R$ 11.400
- Mês 8: R$ 11.600
- Mês 9: R$ 11.800
- Mês 10: R$ 12.000
- Mês 11: R$ 12.200
- Mês 12: R$ 12.400
Sucessivamente, o funcionamento seria o mesmo. Os juros incidiriam sobre os R$ 10 mil investidos, não importa quanto tempo tenha passado.
Agora, vamos seguir os mesmos valores (R$ 10.000, rendimento mensal de 2%, período de 12 meses), porém com o conceito de juros compostos. Os números seriam os seguintes:
- Mês 1: R$ 10.200
- Mês 2: R$ 10.404
- Mês 3: R$ 10.612,08
- Mês 4: R$ 10.824,32
- Mês 5: R$ 11.040,81
- Mês 6: R$ 11.261,62
- Mês 7: R$ 11.486,86
- Mês 8: R$ 11.716,59
- Mês 9: R$ 11.950,93
- Mês 10: R$ 12.189,94
- Mês 11: R$ 12.433,74
- Mês 12: R$ 12.682,42
Portanto, ao final de 12 meses, você teria R$ 282,42 a mais do que se tivesse investido em uma carteira com juros simples, o que é uma diferença significativa – a qual tende a continuar aumentando, diga-se de passagem.
Isso acontece pelo fato de que, a cada mês, o valor de base para o cálculo é o do último mês, não o do primeiro. No mês 2, os 2% incidiriam sobre R$ 10.200, no mês 3 sobre R$ 10.404, no mês 4 sobre 10.612,08 e assim sucessivamente.
Dá só uma olhada em como os valores ficariam em diferentes prazos, sendo o primeiro calculado com juros simples e o segundo com juros compostos. O último valor de cada linha é a diferença percentual entre os dois valores:
- 24 meses: R$ 14.800 / R$ 16.084,37 / 8,68%
- 36 meses: R$ 17.200 / R$ 20.398,87 / 18,60%
- 48 meses: R$ 19.600 / R$ 25.870,70 / 31,99%
- 60 meses: R$ 22.000 / R$ 32.810,31 / 49,14%
- 90 meses: R$ 28.000 / R$ 59.431,33 / 112,25%
- 120 meses: R$ 34.000 / R$ 107.651,63 / 216,62%
- 180 meses: R$ 46.000 / R$ 353.208,31 / 667,84%
- 240 meses: R$ 58.000 / R$ 1.158.887,35 / 1898,08%
- 300 meses: R$ 70.000 / R$ 3.802.345,08 / 5331,92%
- 360 meses: R$ 82.000 / R$ 12.475.611,28 / 15114,16%
- 420 meses: R$ 94.000 / R$ 40.932.864,71 / 43445,60%
Viu como a diferença é absurda? O período máximo que escolhemos foi o de 420 meses (35 anos) pelo fato de ser o maior permitido pela Caixa Econômica Federal para o financiamento de imóveis, apenas para fins de comparação.
Como dissemos, esses valores de juros são uma suposição – caso contrário, muita gente gostaria de saber qual é esse investimento com rentabilidade absurda. O que queremos mostrar é a diferença entre os juros simples e compostos.
O total depois de 420 meses com juros simples (R$ 94.000) é superado com apenas 114 meses com juros compostos (R$ 95.591,57). Já para superar o total depois de 420 meses dos juros compostos R$ 40.932.864,71 com juros simples, você teria que esperar 204.615 meses (17.051 anos e 3 meses). Haja paciência, né?
Ah, vale ressaltar que as taxas de juros variam de acordo com vários fatores, como valor contratado, quantidade de parcelas, instituição financeira e taxa Selic. Por isso, é fundamental ficar sempre de olho.
Leia mais: Diferenças entre empréstimo, leasing e financiamento
Afinal, como calcular juros do financiamento?
Como vimos acima: considerando sempre o valor da última parcela, não o da primeira. É isso o que faz a diferença ser tão grande.
A suposição que vimos anteriormente é a de um investimento, mas o mesmo conceito se aplica também à obtenção de crédito. Neste caso, porém, o que aumenta não é o lucro, mas sim o valor a ser pago.
É importante que você observe o juros mensal, o qual deve ser apresentado como 1,49% a.m. (ao mês). Essa será a taxa que incidirá sobre os valores e, assim, representará os juros totais do contrato.
Você pode calcular juros do financiamento pelo Excel ou Google Planilhas mesmo que não seja um grande especialista em matemática ou finanças. Para um valor inicial de R$ 10.000, juros de 2¨% a.m. e período de 12 meses, por exemplo, basta usar a seguinte fórmula:
=10000*POTÊNCIA(1 + 2%; 12)
Se quiser mudar qualquer um dos dados, basta substituí-los em suas respectivas posições, tomando cuidado para não apagar nenhum espaço ou pontuação, o que interferirá no resultado e pode até mesmo invalidar o cálculo.
Caso queira uma alternativa ainda mais simples para calcular juros do financiamento, nós temos um simulador de crédito fantástico!
Basta escolher entre empréstimo e financiamento, informar o valor, a taxa de juros e a quantidade de parcelas, além do que deseja financiar e da forma de cálculo (SAC ou PRICE) para o caso dos financiamentos. Assim, você receberá todas as informações na tela em apenas poucos segundos.
O resultado ainda mostra o valor de cada parcela, o saldo devedor após seu pagamento e o total a ser pago, onde você pode ver a diferença entre o que foi contratado e o valor final do financiamento ou empréstimo.
Ah, não se esqueça que a simulação não considera tarifas bancárias e IOF, o que também interfere nos valores, tá bem?
Agora que você já sabe como calcular juros do financiamento, pode confirmar como o Bom Pra Crédito realmente oferece as melhores oportunidades aos nossos clientes.
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