A maré não está para peixe para quem atua no mercado de crédito. Crescimento menor, demanda mais fraca por parte das empresas e riscos de inadimplência em alta, acompanhando o movimento dos juros e da inflação.
As perspectivas para o aumento das carteiras neste ano é a menor dos últimos cinco. Mas há espaço para atuar e crescer, fora das modalidades mais tradicionais de empréstimo, dos grandes centros e das agências bancárias convencionais.
Mesmo com inflação e juros em alta, que aumentam os riscos e a seletividade das instituições, há espaços para crescer fora das linhas tradicionais e dos grandes centros.
“O crescimento continua, embora menor — e com foco em nichos”, diz Ricardo Kalichsztein, sócio do portal Bom Pra Crédito.
Lançado no começo deste ano, o site é uma espécie de “supermercado” que distribui produtos financeiros de crédito de diversos parceiros, como crédito consignado do BMG, cartões do Itaú, pré-pagos da Super e crédito com garantia imobiliária da financeira Barigui, do Paraná.
“Já realizamos cerca de R$ 4 milhões em empréstimos e o objetivo é atingir R$ 10 milhões até o final do ano. Estamos crescendo acima do previsto inicialmente”, afirma.
“Desde o ano passado para cá, percebo pelas reuniões que frequento a intenção das associadas em se concentrar no segmento que demonstram ter mais aptidão para atuar”, diz o economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas.
“Há oportunidades de atuar em nichos, para públicos específicos — como os sem acesso ao sistema bancário formal – e em determinadas regiões”, diz Kalichsztein. Além disso, é possível crescer melhorando a distribuição — e essa é a proposta do portal.
A financeira Barigui, do Paraná, é um dos exemplos de aposta em nichos. A instituição decidiu se expandir geograficamente e focar no crédito com garantia hipotecária — onde o risco é mais baixo e a concorrência dos bancos ainda não chegou.
Paulo de Paula Abreu, diretor superintendente da Barigui, diz que atualmente a financeira adota duas estratégias: no consignado para o setor público, onde atua desde 1995, vai continuar trabalhando no Paraná e Santa Catarina, pela maior proximidade que, segundo diz, garante melhor controle das operações; e nos empréstimos com vinculação imobiliária, aposta em processo de expansão forte, inclusive geograficamente:
“Abrimos escritório na capital de São Paulo e começamos a chegar no interior; neste mês, entramos em Minas Gerais”, informa. “Em paralelo abrimos outra frente, uma companhia securitizadora imobiliária no ano passado, baseada em São Paulo, com foco de atuação nacional”.
No consignado, Abreu espera para este ano um crescimento apenas orgânico — por decisão estratégica do grupo que não quer crescer aceleradamente, devido à competição acirrada com os grandes que, segundo ele, hoje dominam mais de 90% desse mercado.
Na carteira com garantia imobiliária, a Barigui pretende crescer de 20% a 30% neste ano – o saldo hoje está em R$ 80 milhões.
No consignado, a financeira tem R$ 180 milhões. “O home equity – como é chamado o negócio de empréstimos com alienação fiduciária de imóveis — é um nicho interessante pois não é prioritário de grandes bancos, embora alguns já comecem a olhar”, diz.
A Barigui trabalha com equipe própria de captação e uma rede de correspondentes — o Bom Pra Crédito é um deles, só que eletrônico:
“É mais uma fonte de originação de negócios”, diz Abreu. O executivo, no entanto, diz que o mercado de concessão de crédito está “mais perigoso” em 2014 e que não há um apetite para crescer muito por parte das instituições.
O economista da Acrefi acompanha a maior seletividade na concessão de crédito por parte dos bancos desde o ano passado. O estopim foi a escalada da inadimplência no segmento de automóveis, que passou dos 6% no fim de 2012.
“Desde que os bancos mudaram a seletividade, não mudou muito para as financeiras, que também passaram a buscar mais qualidade na concessão”, conta.
Tingas não vê a disputa por participação de mercado como o foco atual das financeiras. “Não me parece que esse tipo de instituição consiga entrar no mercado dos bancos, que também têm suas financeiras.
As independentes não têm cacife para preencher o espaço deixado pelos grandes grupos”. O economista-chefe, inclusive, acredita que a retração não se resume ao apetite dos bancos por risco. Os consumidores também estariam mais seletivos.
“Pastinha” eletrônico é oportunidade no crédito
Bom Pra Crédito é, ele mesmo, uma alternativa para crescer no mercado de crédito mais restrito. Kalichsztein e Felipe Lemos, outro sócio do portal, vieram do mercado financeiro, ambos com especialização em crédito — trabalharam muitos anos no Unibanco.
Esse conhecimento foi o que os incentivou a entrar no negócio de distribuir produtos de crédito, que, segundo Kalichsztein, não tem concorrentes no Brasil. Ele pretende distribuir consórcios e seguros no futuro — e neste caso, já existem concorrentes há dois anos no mercado.
O Bom Pra Crédito foi idealizado com base em portais parecidos que existem no exterior. “Além de comparar as taxas e condições das diferentes modalidades, sem custo algum e com conveniência 24 horas, os usuários podem solicitar a aprovação contratar online a maioria das operações”, explica.
“Operacionalizar a venda de crédito pela internet é complicado, há muitas barreiras de entrada. Por isso ninguém havia se aventurado”, diz o terceiro sócio do portal, Daniel Polistchuck. Especializado em tecnologia da informação, ele diz que o ideal pelo qual trabalham é, um dia, que todas as operações sejam feitas 100% online.
Enquanto isso não é possível, o portal investe em logística para permitir a entrega dos contratos e colher assinaturas necessárias para um empréstimo com garantia em imóveis, por exemplo.
Para produtos como cartões, pós e pré-pagos, a documentação física não é necessária e a contratação pode ser realizada online até de madrugada, dizem os sócios.
“Para as outras, que exigem aprovação, é preciso esperar. Em crédito, nem sempre se consegue o que se quer”, lembra Kalichsztein.
Por isso, ele considera importante a possibilidade de comparar e solicitar o empréstimo ao mesmo tempo em diversas instituições — pois pode ser que a escolhida não aprove o cliente.
Aí, dizem os sócios, reside outra vantagem do portal: “Enviar um pedido de empréstimo online também evita o constrangimento de receber uma negativa pessoalmente”, afirma Lemos.
Ele lembra que os clientes não-bancarizados sofrem restrições em financeiras e a possibilidade de consultar várias ao mesmo tempo aumenta a chance de aprovação.
Os sócios explicam que estão atualmente em negociação com outras financeiras regionais e de nicho, como a Barigui, mas também com outros grandes bancos como o Itaú.
Segundo Kalichsztein o Bom Pra Crédito foi o primeiro canal de distribuição alternativo para os cartões adotado pelo banco.
Ao mesmo tempo, ele diz que a concorrência — oferta de produtos de diversas instituições no mesmo portal — não incomoda. “Os grandes bancos já entenderam que é uma tendência, e já abriram suas portas a esse modelo”, diz.
O portal ganha comissões das instituições pela distribuição dos produtos financeiros. Para os visitantes, consultas e comparações saem de graça.
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