Jango já saiu de cena. Não, nada a ver com o presidente brasileiro deposto pela ditadura militar em 1964. O Jango, aqui, era um programa de comparação de preços pela internet criado por dois professores da Univesidade Washington que lançaram o site NetBot em 1995.
Vendido ao Excite por irrisórios US$ 37 milhões em 1997, o NetBot foi o embrião de uma mudança profunda no comércio. Pela primeira vez, um cliente poderia comparar preços de maneira automática e ter informações suficientes para tomar a melhor decisão. Os sites de comparação de preços vêm crescendo de maneira sistemática e o Brasil não foge à regra.
Conheça as páginas de internet que facilitam a contratação de empréstimos e que podem – mesmo – ser uma alternativa aos bancos.
Por aqui, o exemplo mais conhecido é o do Buscapé, que começou suas atividades em 1999 e afirma ter conquistado 30 milhões de usuários.
Agora, essas ferramentas de distribuição de informações chegam a um setor tradicionalmente avesso à concorrência de fora, o bancário.
Embora recentes e com poucos negócios fechados, sites como Bom Pra Crédito e Intoo, dedicados, respectivamente, a pessoas físicas e a empresas, são a primeira possibilidade concreta de mudança na relação desigual entre clientes e bancos.
O potencial é grande. Filho de um industrial piauiense, o advogado e desenvolvedor de software Arthur Farache testemunhou as dificuldades paternas para obter capital de giro.
“Pequenas empresas que são boas pagadoras têm uma dificuldade enorme para conseguir recursos por um motivo simples: os bancos não sabem disso”, diz Farache. “Para eles, a pequena empresa é um filão inexplorado, mas a ausência de informações trava o crescimento dessas carteiras.”
A aposta é simples. A empresa que quer contrair um empréstimo se inscreve no site e paga R$ 100 para que a Intoo levante suas informações nas empresas de cadastro de crédito, defina o perfil dos sócios e emita certidões negativas.
Esse perfil é submetido aos bancos parceiros e quem se interessar em emprestar faz uma proposta, invertendo a lógica tradicional na qual é a empresa que solicita o dinheiro.
“O empresário brasileiro tem 270 instituições financeiras e mais de 500 fundos de recebíveis dispostos a financiá-lo, mas não sabe disso nem tem ideia de como chegar a eles”, diz Farache.
Tendo iniciado suas operações há menos de um ano, a Intoo já cadastrou 15 bancos e fundos de recebíveis para financiar seus clientes.
Nascido como uma startup de Farache e mais dois sócios, a Intoo obteve recursos sem precisar pedir empréstimo: entre os investidores estão a Wayra, incubadora da Telefónica espanhola, e o fundo de venture capital Arpex, fundado por Jorge Paulo Lemann.
Essa novidade não está disponível apenas para as empresas. Pessoas físicas também poderão ter mais poder de barganha na hora de financiar suas dívidas.
“O cliente poderá de fato comparar taxas e condições de empréstimos e escolher a melhor proposta”, diz o engenheiro carioca Ricardo Kalichsztein, um dos sócios-fundadores do site Bom Pra Crédito.
“Começamos com empréstimos consignados, mas nossa meta é oferecer diversos produtos financeiros, como crédito pessoal, cartões pré-pagos e mesmo cartões de crédito”, diz ele.
Para contratar o crédito, o candidato informa seus dados ao site, que publica as ofertas dos bancos para o valor e o prazo de pagamento.
Uma vez que o cliente tenha escolhido a melhor taxa ou o número de parcelas mais adequado, o site transmite as informações ao banco e o negócio é fechado.
O site é remunerado por meio de uma taxa na concessão, como se fosse um agente autônomo – um “pastinha” virtual. “Já temos parcerias com bancos como Itaú, BMG e Cacique, entre outros”, diz Kalichsztein.
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