Com um bom planejamento e muita disciplina dá para se livrar dessa dor de cabeça e retomar o controle da sua vida financeira
Uma das coisas mais desafiadoras para uma pessoa ou uma família é descobrir como pagar dívidas acumuladas. Quem está sempre com a conta no negativo sabe como é difícil ter tranquilidade em uma situação como esta.
E o cenário de endividamento no Brasil é mais comum do que se imagina. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o mês de junho de 2021 registrou o maior nível de endividamento em onze anos.
O estudo mostrou que 69,7% das famílias brasileiras encerraram o primeiro semestre do ano com dívidas, taxa 2,5% maior que o mesmo período de 2020.
As famílias mais atingidas são as que têm menor renda: 70,7% das famílias que ganham até dez salários mínimos estão com dívidas a pagar. O dado mais preocupante é que 10,8% das famílias declararam não terem condições de arcar com as dívidas.
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A falta de planejamento e de conhecimento sobre educação financeira são alguns dos principais responsáveis pelo alto número de inadimplentes no Brasil. A situação é complexa e tira o sono de muitas famílias.
Apesar disso, sair do endividamento não é impossível. Não tenha vergonha de mudar seus hábitos e a maneira como você se relaciona com o dinheiro – uma nova atitude com relação às suas despesas pode ser revelador e pode, até mesmo, mudar o seu futuro.
Como pagar dívidas acumuladas?
Agora que você decidiu que está na hora de organizar suas finanças e deixar as dívidas para trás, é hora de encarar o problema de frente. Somente assim você será capaz de entender quais são os erros que está cometendo e como evitá-los no futuro.
Se você faz parte deste grande grupo de brasileiros endividados, reunimos neste artigo uma série de dicas sobre como pagar dívidas acumuladas até o fim do ano e aprender a administrar seu dinheiro de uma vez por todas!
1. Entenda suas dívidas e saiba quanto está devendo.
O primeiro passo para quem quer ter uma nova vida financeira é conhecer tudo que entra (receita) e tudo que sai (despesas) na sua conta.
Este é o momento de listar todos os seus ganhos (normalmente o seu salário e qualquer outro valor extra que você receba, como aluguéis ou pensões) e seus gastos (aluguel, contas de água, luz, internet, TV, academia, cartão de crédito, financiamentos etc.).
Veja, então, qual é a receita que você recebe todo mês e quais são as despesas no mesmo período. É neste momento que você terá visibilidade do tamanho do problema, de acordo com a quantidade de dívidas que tem a pagar.
Esta etapa pode dar muito trabalho e ser um pouco tediosa para quem nunca fez nenhum tipo de controle financeiro, mas é fundamental se você quer entender para onde está indo seu dinheiro e ter como pagar dívidas acumuladas.
Este tipo de controle deve ser atualizado com frequência, e será mais simples mantê-lo com o passar do tempo. Você pode utilizar um caderno, uma planilha ou algum aplicativo de controle financeiro, por exemplo.
2. Faça uma lista de prioridades das suas dívidas – e não faça mais nenhuma!
É hora de elencar suas dívidas por ordem de importância. Também tenha disciplina para não contrair mais nenhuma nova dívida; afinal, é impossível sair do endividamento se ele continuar crescendo.
Faça uma lista com tudo aquilo que você está devendo, e organize as dívidas por ordem de atraso e urgência de pagamento. Priorize aquelas dívidas que têm taxas de juros mais altas, como cheque especial ou cartão de crédito.
Se mesmo após ter feito um levantamento de todas as suas dívidas você estiver com dúvidas sobre um determinado valor, não deixe de entrar em contato com a empresa para a qual você deve para confirmar as informações. Isso ajudará no seu planejamento.
3. Negocie suas dívidas
Agora que você já sabe quais são as dívidas mais urgentes e caras que você tem que pagar, avalie a necessidade de pedir desconto ou, então, fazer uma troca inteligente de dívidas.
Por exemplo, se você tem uma dívida muito alta com cartão de crédito, que tem uma taxa de juros de crédito rotativo que pode chegar a 300% ao ano, pode ser mais interessante buscar algum tipo de financiamento pessoal que tenha taxas de juros menores.
Empresas como o Bom Pra Crédito, fintech que oferece um marketplace de soluções de crédito com mais de 30 instituições financeiras parceiras, pode ser um bom caminho para iniciar esta pesquisa.
4. Crie metas
Anote todos os seus gastos e crie metas que você conseguirá cumprir como, por exemplo, terminar o ano no azul, sem ter que se preocupar sobre como pagar dívidas acumuladas.
Definir metas é importante porque ajuda você a desenhar um planejamento adequado, de acordo com a sua realidade financeira. Além disso, cumprir metas traz sensação de dever cumprido.
5. Elimine despesas desnecessárias
Será que você precisa mesmo pedir uma pizza nesta semana? Aquela blusinha também pode esperar até você terminar de quitar as suas dívidas.
Envolva a sua família neste planejamento e reforce que é importante que todos eliminem gastos desnecessários.
6. Tenha uma renda extra
Todo mundo elogia o seu bolo de cenoura, mas você já pensou em vendê-lo? Ter uma renda extra é uma ótima forma de quitar as dívidas acumuladas mais rápido e, no futuro, ter uma grana para investir e pensar no futuro.
Você pode fazer uma renda extra de várias maneiras diferentes: oferecendo serviços (como limpeza, babá, motorista, manicure), produtos (bolos, doces, salgados), vendendo na internet coisas que você não usa. Descubra a maneira que funciona para você!
7. Evite cartão de crédito e compras parceladas
O cartão de crédito pode ser uma pedra no sapato de quem está querendo acabar com as dívidas acumuladas. Então, evite usá-lo durante este período, assim como fazer mais compras parceladas sem necessidade.
8. Mude seus hábitos de consumo e sua relação com o dinheiro
Economizar dinheiro é uma mudança de mentalidade que demanda muita disciplina e determinação. E você só conseguirá entender o valor do seu dinheiro quando mudar seus hábitos de consumo e a forma como você se relaciona com as suas finanças.
Existem diversos conteúdos na internet sobre como economizar mesmo ganhando pouco. Veja vídeos, leia livros e textos e entenda tudo aquilo que envolve seu dinheiro.
Além disso, pare e pense antes de comprar algo: será que você precisa mesmo daquele tênis novo, quando você tem vários pares no guarda-roupa? São pequenos detalhes que farão a diferença no fim do mês.
9. Guarde dinheiro para uma reserva de emergência
Com o passar do tempo, sua disciplina começará a mostrar resultados, e pode ser que sobre um dinheirinho na conta. Ao invés de gastá-lo, que tal começar sua reserva de emergência?
A reserva de emergência é um dinheiro guardado para lidar com imprevistos que não fazem parte dos seus gastos mensais, como um problema elétrico em casa ou um exame médico que você precisou fazer às pressas. É nessas horas que você recorre à reserva, evitando mais dívidas.
O recomendável é que a reserva de emergência tenha o valor de pelo menos três salários mensais. Por exemplo, se você ganha R$2 mil, sua reserva deve ter pelo menos R$6 mil. É possível construir uma guardando um pouquinho por mês.
Agora que você já aprendeu mais sobre como começar a organizar sua vida financeira para pagar as dívidas acumuladas, chegou a hora de colocar em prática. Conte como foi sua experiência nos comentários!
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