Você já ouviu alguém falando sobre cooperativas de crédito?
Os bancos tradicionais são normalmente a primeira busca das pessoas ao optarem por uma instituição financeira.
No Brasil, segundo a Febraban, mais de 100 bancos atendem as pessoas, incluindo grandes nomes, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Uma opção para os clientes está nas cooperativas de crédito, que disponibilizam os mesmos produtos e serviços com opções e taxas reduzidas.
Dados apontam que atualmente mais de 967 cooperativas operam no Brasil. As cooperativas de crédito são, em muitas regiões do país, a única opção de serviços financeiros disponibilizados.
Este volume cresce impulsionado pelo número de empréstimos realizados que apresentam taxas 50% mais baixas.
O dado com certeza atrai as pessoas, que estão sempre em uma busca de mais economia nas suas contas.
Mas, será mesmo a hora de sair do seu banco e fazer parte de uma cooperativa de crédito?
O que é uma cooperativa de crédito
Quem nunca pagou um valor alto de juros ao tentar financiar algo um por atrasar um boleto? Os bancos tradicionais possuem o objetivo de conseguir o máximo retorno possível sobre o capital investido pelos donos.
E de onde o lucro sai? Diretamente das movimentações financeiras das pessoas que possuem contas, financiamentos ou qualquer outro tipo de relacionamento bancário.
Nas cooperativas de crédito, pessoas como você são donas do negócio de forma unificada, ou seja, cada integrante possui uma parte da instituição.
Ao abrir uma conta, os associados deixam os bancos tradicionais e passam a movimentar seus valores na cooperativa.
Todos são denominados sócios, possuem o mesmo papel de centena ou milhares de outros integrantes da cooperativa.
É importante ressaltar que as cooperativas de crédito possuem registro e são supervisionadas pelo Banco Central, diferente de outras áreas do cooperativismo, como transporte, educação e agropecuária.
Como funciona uma cooperativa de crédito
Antes de abrir uma conta, é fundamental que o cliente busque qual a melhor cooperativa de crédito para a sua necessidade.
Outro ponto fundamental é conhecer e avaliar se ela terá condições de cumprir as definições estabelecidas pela maioria. Assim como uma empresa, os sócios precisam participar ativamente das decisões das cooperativas de crédito.
Para aprovação de cadastro não existe restrição de sexo, raça, classe social, opção política ou religiosa.
Normalmente, nas instituições existentes no país, o capital social exigido para entrar é de R$ 100, valor que pode ser retirado caso o sócio queira sair da cooperativa.
O capital aplicado no início muitas vezes é simbólico e o cooperado poderá investir novos valores ao longo do tempo, conforme também aumenta seu relacionamento de negócios.
É preciso também se atentar a análise de relacionamento com o comércio que será feita. Estar com o nome negativado nem sempre é motivo para impedimento na hora de abrir uma conta, mas é importante para a aprovação de linhas de crédito e outros produtos semelhantes.
Se você possui dúvida sobre a negativação do seu nome, o Bom Pra Crédito oferece a consulta de CPF e score gratuita e online.
Entre os procedimentos para abrir uma conta estão:
- Ficha de intuição de entrada assinada;
- Documentos que identificam e comprovam residência;
Em caso de aprovação da adesão pelo Conselho de Administração, deverá descrever valores de cotas e integralizar o capital.
No quesito serviços, o cooperado terá à disposição basicamente os mesmos serviços oferecidos pelos bancos tradicionais, como conta corrente; cartões para o uso de débito e crédito; transferências por DOC e TED; efetivação de compensação de boletos e de folha de salário; cobranças de documentos; recebimento de contas de gasto; boletos de tributos; recolhimento de depósitos a prazo, como Recibos de Depósitos Cooperativos (RDC).
Algumas instituições de crédito disponibilizam adicionalmente opções de vendas de seguros de vida e de bens, como consórcios, previdência privada e até plano de saúde.
Estar em uma cooperativa de crédito propicia uma vasta linha de opções aos cooperados. Vale a pena buscar informações sobre todas as possibilidades e comprar com os diferentes serviços prestados.
Princípios do cooperativismo de crédito
Como o nome sugere, as cooperativas de crédito possuem o princípio de serem opções democráticas aos bancos. Isto é claro ao dar voz aos integrantes para participarem e opinarem ativamente das decisões.
Cada associado possui um voto, independentemente da quantidade de cotas financeiras que possui. Neste tipo de instituição todos contribuem para manutenção e construção do capital geral.
O investimento em treinamentos é outro princípio. As cooperativas frequentemente disponibilizam informações para que os seus integrantes tenham conhecimento com o intuito de ajudar a desenvolver a instituição.
É um ambiente em que todos trabalham pelo bem-estar de suas comunidades.
Outras opções de conseguir crédito
Para conquistar objetivos, como pagar contas atrasadas, quitar o cartão de crédito ou cheque especial, é importante pesquisar em diversas instituições financeiras as opções disponíveis.
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É possível fazer um empréstimo pessoal na plataforma de forma rápida e segura.
Qual é o principal objetivo de uma cooperativa de crédito?
Diferente dos bancos, que visam o lucro para um grupo pequeno de pessoas, o principal objetivo de uma cooperativa de crédito é oferecer preços mais acessíveis e competitivos.
Isto acontece pois as cooperativas de crédito não possuem fins lucrativos. Desta forma, são prestados serviços mais simples e participativos.
A meta dos cooperados é transformar em realidade os objetivos pessoais e profissionais dos associados. Isto é feito em conjunto com os outros integrantes da instituição de acordo com os objetivos finais.
Para isto é necessário antes analisar quais são os tipos de cooperativas de crédito.
Como são feitas as distribuições de resultados de uma cooperativa de crédito?
Uma rotina anual das cooperativas de crédito são as assembleias gerais.
Nos encontros são postos em pauta assuntos como: prestação de contas do último ano, divisão dos valores de sobra e recuperação de perdas, definição do conselho administrativo e fiscal, honorários que serão pagos aos conselheiros, estatuto social e regimentos internos.
Entre as vantagens do cooperativismo de crédito está a divisão de valores, que cabe aos associados a decisão do que fazer com o montante.
Normalmente, 40% das sobras anuais são destinadas para auxiliar o desenvolvimento da instituição, o restante é destinado para a divisão entre sócios ou para reservas financeiras.
Tipos de Cooperativas de Crédito
No mercado, existem diversos tipos de cooperativas de crédito. Para cada caso são definidas regras específicas para o estatuto que rege cada instituição. Essas regras também definirão qual é o critério para ingressar.
O tipo mais interessante para participar é influenciado pelo ramo de negócios do profissional. As cooperativas são segmentadas segundo o perfil de associados que estão disponíveis para operar.
Entre as categorias existem as cooperativas que restringem a entrada de pessoas de acordo com a sua área ocupacional, como empregados, servidores e pessoas físicas que prestam serviços; profissionais que dedicam seu tempo a uma ou mais atividades, como médicos, comerciantes e áreas industriais; crédito rural para quem desenvolve atividades da agricultura; empresários de negócios menores; empresários de diferentes portes.
Outras categorias segmentam menos a entrada, são as cooperativas de crédito abertas, que recebem qualquer pessoa física e quase todas as jurídicas; as cooperativas de crédito mistas, com grupos de associados de origens diferentes; e a Luzzatti, cooperativas de crédito mútuo (urbanas) e com livre admissão de associados, elas foram criadas antes de 1999, data que o Conselho Monetário Nacional proibiu novas aberturas.
Vantagens de uma cooperativa de crédito
Quem vira um cooperado possui diversas vantagens. Entre os benefícios está a taxa de juros reduzidas e muitas vezes sem tarifas de serviços, como emissão de talões ou por transferência.
Quando existe algum tipo de cobrança geralmente é menor do que os bancos tradicionais.
Outro ponto que faz muitas pessoas optarem pela cooperativa é o rendimento superior aos bancos, com opções de investimento que trazem mais retorno. O depósito a prazo é uma destas opções disponíveis.
O atendimento diferenciado também influencia, pois as pessoas são sócias da empresa e não apenas clientes. Nesta posição, elas participam do controle das decisões e fazem negócios em uma organização que vai trazer algum retorno via distribuição das sobras.
Desvantagens de uma cooperativa de crédito
Na área financeira é preciso sempre avaliar quais as opções oferecidas e se elas serão vantajosas mesmo. Entre a lista de desvantagens de uma cooperativa de crédito, a maior delas é, se houver prejuízo todos precisam arcar com ele.
Para evitar este problema, as instituições mantêm um fundo de reserva. Mas se mesmo assim a perda não for compensada os valores devem ser rateados entre os associados.
De acordo com a cooperativa de crédito isto é compensado por meio de sobras dos exercícios seguintes.
Embora os encargos sejam normalmente reduzidos em relação às instituições tradicionais, é importante comparar os valores cobrados e verificar o Custo Efetivo Total (CET). O dado inclui as taxas de juros e financeiras.
Riscos de uma cooperativa de crédito
O maior risco de investir o seu dinheiro em uma cooperativa de crédito é se ela quebrar.
Além de perder o valor investido, se isto ocorrer cada associado precisa arcar com valores financeiros para pagar o prejuízo. A chance de acontecer é pequena, mas, é importante que antes de abrir uma conta as pessoas fiquem cientes.
Embora existam garantias, normalmente é demorado e ninguém espera que precise arcar com prejuízos como estes, ficando sem o montante que foi investido.
O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo oferece um panorama do cooperativismo que apresenta as instituições mais confiáveis.
Como constituir uma cooperativa de crédito
Para a criação de uma cooperativa de crédito é preciso observar alguns passos importantes e se atentar para a legislação:
- Qual o público-alvo e suas parcerias: É muito importante ter a autorização do Banco Central (Bacen), selecionar indivíduos com objetivos econômicos parecidos; entrar em contato com órgãos públicos, entidades de classe (comerciais e industriais) e o Sebrae;
- Definir quais as regras e esclarecer todas as dúvidas, objetivos, riscos, direitos e deveres dos cooperados;
- Constituir uma comissão para liderar os trabalhos;
- Verificar a viabilidade econômica por meio de um plano de negócios que deverá ser encaminhado ao Banco Central de acordo com a Resolução 3.442/2007;
- Elaborar o Estatuto Social, de acordo com a Lei 5.764/1971 e Resolução 3.442/2007. Enviar este documento à Assembleia Geral de Constituição da Cooperativa;
- Após o Bacen aprovar o projeto de constituição, a comissão deve realizar a Assembleia Geral de Constituição da Cooperativa. Devem então ser eleitos os Conselhos de Administração e Fiscal e aprovar o regimento interno. Além de dar andamento na escolha da diretoria;
- Devem ser enviados para o Banco Central os atos de constituição para solicitar a autorização final;
- Com todas as autorizações em mãos é necessário inscrever o CNPJ, inscrições estaduais e na Junta Comercial;
- Por último é preciso registrar-se na Organização das Cooperativas do Estado (OCE).
Qual a proteção dos depósitos em cooperativas?
Os investimentos em cooperativas de crédito são regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A autarquia é vinculada ao Ministério da Economia e fiscaliza o mercado de investimentos. No caso de falência da instituição, os investimentos de até R$ 250 mil estão assegurados pelo Fundo Garantidor de Crédito, ou seja, o titular tem o direito de ser ressarcido até este valor.
Política Nacional de Cooperativismo
Para definir o regime jurídico das sociedades cooperativas, foi instituída a Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971, sancionada pelo então presidente Emílio Médici e denominada Política Nacional de Cooperativismo.
Nela constam quais os objetivos e classificação das sociedades cooperativas, as regras para desenvolvimento, estatuto social, fundos, assembleias gerais, conselho fiscal e dissolução.
Leis do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo
Além da Política Nacional de Cooperativismo, a Lei Complementar 130 de 2009 proporcionou soluções mais práticas envolvendo cooperativas financeiras. O texto é recente, e por isso está acima de leis gerais ou anteriores que tratem de matérias que possuem o mesmo assunto. Não significa dizer que a Lei 5.764/71 deixou de ser relevante ou foi revogada, mas está alinhada para acrescentar e atualizar o assunto.
- Existem outras leis relacionadas ao cooperativismo que é importante citar:
- Lei 12.690/2012 das Cooperativas de Trabalho: destaca como deve ser organizada e como deve funcionar as Cooperativas de Trabalho e o Programa Nacional de Fomento às Cooperativas de Trabalho (PRONACOOP);
- Lei 9.867/1999 das Cooperativas Sociais: detalha como deve ser criada e como funciona as Cooperativas Sociais;
- Decreto 8.163/2013 do Pronacoop Social: aborda o Programa Nacional de Apoio ao Associativismo e Cooperativismo (Pronacoop Social);
- Código Civil: No capítulo VII são disponibilizadas informações sobre o cooperativismo, detalhando as funções da sociedade cooperativa e os deveres dos cooperados;
- Medida Provisória 2.168-40/2001 do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop): resolução que libera a criação do Sescoop, entidade de direito responsável pela formação profissional, ensinamento e promoção do empregado em cooperativa e dos cooperados.
Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito
Com o intuito de dar garantia de crédito e para promover operações de assistência e ajuda financeira para as instituições associadas, foi criado em 2012 pelo Conselho Monetário Nacional, o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito.
É uma associação civil e que não possui fins lucrativos.
O fundo faz com que a competitividade das instituições cooperativas seja igual aos grandes bancos comerciais, com mais solidez e confiança.
Para isso o valor de garantia de depósitos ficou acordado em um montante até R$ 250 mil, ou seja, em caso de falência este valor será usado para cobrir os gastos.
Para integrar o fundo, as instituições precisam contribuir mensalmente com uma quantia de 0,0125% sobre os valores depositados nas contas.
Assim, o fundo contribui com a continuidade do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) e aumenta a confiança das pessoas nas cooperativas de crédito.
Conclusão
As cooperativas de crédito oferecem boas opções para quem busca economia na hora de abrir uma conta bancária e na hora de escolher uma opção de empréstimo.
Por não possuírem fins lucrativos, normalmente seus valores são mais baratos e competitivos do que as instituições tradicionais.
Além disso, anualmente, existe a possibilidade de receber os valores de lucros, dependendo da cooperativa. A segurança é garantida por fundos de proteção dos valores e por leis que regulamentam o funcionamento das cooperativas de crédito.
Por outro lado, existe a insegurança da quebra da instituição financeira. Embora existam as garantias, isto pode ser demorado, fazendo com que não seja interessante para as pessoas que investiram seus recursos em busca de um retorno ou quitação de dívidas.
Vale sempre a pena pesquisar, buscar entender o perfil e se esta é a melhor alternativa para cada necessidade. Em muitos casos, pesquisar um empréstimo pessoal pode ser uma boa saída.
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