Entenda como o imposto sobre operações financeiras influencia seus gastos e saiba como calcular
Você acha que tem uma ideia da quantidade de impostos que paga? E do IOF?
Como a educação financeira não é tão presente na rotina do brasileiro, é comum encontrar pessoas que passam por sufoco com dinheiro.
Esse é um comportamento antigo e que precisa mudar. Em 2019, um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que 74% dos consumidores brasileiros não têm o hábito de procurar saber o quanto pagam de imposto ao adquirir um bem ou contratar um serviço.
Só 26% das pessoas ouvidas (800 consumidores e 818 empresários) reconhecem ir atrás desse tipo de informação na nota fiscal ou em outros meios.
Você, por exemplo, é o tipo de pessoa que vive dependente de cartões de crédito e cheques, mas nem sabe o que é IOF? Chegou a hora de saber.
Leia agora: O que é inflação e como sobreviver a ela
O que significa e para que serve?
IOF é uma sigla para Imposto sobre Operações Financeiras, um tributo nacional aplicado em quase todas as transações financeiras.
Tanto que o seu nome completo é, na verdade, Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários.
Previsto na constituição de 1988, esse imposto começou a funcionar na forma que conhecemos hoje em 1994.
Foi desde Itamar Franco que o IOF passou a ser cobrado para servir como um regulador da economia.
Dependendo do percentual que é pago por meio do IOF, o Governo consegue identificar a demanda e oferta de crédito que acontece no Brasil.
Por isso ele também serve como um mecanismo para o próprio governo estimular ou desestimular uma atividade.
Como isso é feito?
É difícil imaginar como uma taxa que você paga no cartão de crédito pode ajudar o governo a regular a economia?
Vamos contar com o seguinte exemplo: o Estado identifica que precisa diminuir as importações no Brasil.
Nesse caso, o Poder Executivo, representado pelo Presidente da República, pode aumentar a porcentagem de pagamento desse tributo.
Assim, ele passa a desencorajar que mais importações aconteçam, porque as pessoas vão pensar 2x em comprar produtos no exterior com o IOF alto.
Quem paga o IOF e quem recebe?
Quem paga o IOF:
- Pessoas físicas e jurídicas que fazem operações de crédito, câmbio e seguro, ou ainda relativas a títulos ou valor mobiliários.
Quem cobra o IOF:
- Pessoa jurídica que dá o crédito
- Instituições autorizadas a vender e comprar moedas estrangeiras
- Seguradoras ou as instituições financeiras a quem elas passarem para a cobrança do prêmio de seguro
- instituições autorizadas a operar na compra e venda de títulos ou valores mobiliários
Quando você paga IOF?
Olhando esses nomes um pouco difíceis e que a gente não usa muito na rotina, é natural pensar que o IOF seja uma coisa de outro mundo, mas na verdade ele está presente no nosso cotidiano.
Você está sujeito a pagar IOF quando:
- Contrata um empréstimo
- Usa seu cartão de crédito para comprar no exterior
- Precisa contratar um seguro
- Compra ou vende alguma moeda estrangeira
- Passa seu orçamento e precisa usar o cheque especial
- Investiu e vai resgatar seus investimentos
- Atrasa no pagamento da sua fatura do cartão de crédito
- Paga o mínimo da sua fatura do cartão de crédito (entra no rotativo)
- Financia a fatura do cartão de crédito
Qual o valor do IOF?
Compras internacionais com cartões: O IOF para compras no exterior feitas com o seu cartão de crédito internacional é de 6,38%.
Lembre-se que essa regra vale mesmo que você faça a compra no Brasil em sites estrangeiros.
Compra de moeda estrangeira (Câmbio): Comprar moeda estrangeira vale mais a pena do que gastar o valor no cartão de crédito.
Para a compra ou venda de moedas estrangeiras em espécie é cobrado 1,1% de IOF.
Leia mais: Um guia completo sobre a economia brasileira
Empréstimos e financiamentos: 0,38%, mais 0,0082% ao dia. A cobrança de IOF geralmente já é embutida nas parcelas na hora do contrato.
É cobrado 0,38% sobre o valor do empréstimo, mais uma porcentagem diária de 0,0082%, calculada de acordo com o prazo total previsto para o pagamento. A exceção é o financiamento de imóveis residenciais, isento de IOF.
Rotativo do cartão de crédito: O ruim de cair no rotativo do seu cartão é que, além do IOF, você ainda vai pagar juros diários.
O valor fixo que você vai pagar caso atrase a fatura do seu cartão é de 0,38%, mas ainda existe a cobrança diária dos juros que é de 0,0082%. Você só paga esse valor se atrasar a fatura, quem paga em dia fica livre.
Cheque especial: Os valores são os mesmo praticados no rotativo do cartão de crédito, 0,38%, mais 0,0082% por dia.
Seguros: O IOF aqui varia entre 0,38% e 25% e pode ser aplicado sobre o prêmio ou o valor pago (à vista ou em parcelas) à seguradora.
No seguro de saúde privado paga-se 2% de IOF. Já no seguro de vida 0,38% sobre o valor do prêmio, e no seguros de automóveis 7,38%.
Investimentos: Alguns são isentos do pagamento, como a poupança. Já para os outros, você está sujeito a pagar até 96% do valor do rendimento se retirar esse dinheiro com menos de 30 dias.
A cobrança é reduzida diariamente, então, por exemplo, se o prazo de investimento for de apenas 1 dia, o valor do IOF será de 96% do rendimento. Se resgatar com 15 dias, esse IOF cai para 50%.
Como fazer o cálculo?
É importante saber o quanto você paga de IOF porque isso pode te fazer economizar.
Uma vez que você sabe quanto vai gastar ao atrasar a sua fatura de cartão de crédito, por exemplo, você pode se esforçar para não repetir isso nos próximos meses.
Como a cobrança de IOF pode variar em cada operação, você vai multiplicar o valor sobre o qual o IOF incide pelo valor do imposto.
Vejamos uma demonstração simples: você fez uma compra em um site internacional que custou R$ 150.
O IOF vai ser calculado assim:
6,38 x 150 : 100 (cálculo percentual)
Ou seja, além do valor da sua compra já convertido – que foi R$ 150 – você ainda vai pagar um acréscimo de R$ 9,57, que é o valor do IOF.
Não caia nessa
Lembre que no caso de uso do cheque especial, pagamento de mínimo do cartão ou atraso na fatura do cartão, além do IOF, o consumidor ainda paga uma taxa que é atualizada diariamente.
Então, considere o contrato de um empréstimo pessoal para resolver a sua situação caso esteja enfrentando algo desse tipo e sair da “bola de neve”.
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Dá para solicitar o seu e comparar as taxas entre mais de 30 instituições financeiras.
Agora que você entendeu melhor como funciona a cobrança de IOF e a influência que isso pode ter na sua educação financeira, conta para a gente o que vai mudar na sua vida a partir de agora aqui embaixo nos comentários.
Ana Maria
Eu não sabia como funciona IOF fiz um empréstimo pessoal, e a atendente me disse que a primeira parcela só vou pagar em dezembro, mais não fui informada,que teria que pagar IOF no novembro,com isso estou sem saída. Pois achei que tudo juros,taxas e até IOF.ja estaria na parcela.