Da gestação à pré-escola: veja quanto custa criar um filho e ter estabilidade e organização financeira para curtir a família com tranquilidade
Quando se quer estabilidade em um lar, a organização financeira e o convívio da família devem caminhar em sintonia. Na chegada de um bebê, não é diferente. A pergunta: “quanto custa criar um filho?” vem se tornando algo cada vez mais recorrente.
O nascimento de uma criança traz muitas mudanças para a rotina dos pais, com o surgimento de novas necessidades e responsabilidades.
Para que o filho possa se desenvolver em plenitude, é recomendável que ele cresça em um ambiente seguro, saudável e aconchegante.
De mamadeiras a berço, e de fraldas descartáveis a medicamentos, os pais geralmente querem oferecer tudo o que for preciso, para que a criança tenha o melhor para o seu desenvolvimento.
Ter um filho é literalmente um “projeto de vida” e os pais devem se planejar para não haver desequilíbrio nas contas da casa e para poderem curtir a chegada do bebê sem preocupações.
Por isso, confira várias dicas para conquistar a estabilidade financeira e se preparar para o nascimento de uma criança. Boa leitura!
A organização financeira como foco
Nem sempre uma gravidez é programada. Ainda assim, quando isso é possível, as chances de a família manter o controle dos gastos são maiores.
Se você e seu parceiro pretendem planejar a chegada de um bebê, é importante que comecem a ter organização financeira desde já. Se perguntem sempre quanto custa criar um filho, não percam o foco.
Por onde começar?
Em primeiro lugar, os futuros pais devem fazer um diagnóstico profundo e sincero do atual estágio das finanças.
Nessa tarefa, todas as fontes de receita e de despesa do casal devem ser listadas, para futuras análises e tomada de decisões importantes.
Durante o levantamento, a família deve ter um panorama quantitativo da atual situação financeira.
Por exemplo, a renda média do casal tem que ser identificada, assim como o endividamento.
Por exemplo, se a capacidade de pagamento de dívidas da família é de R$ 2.000,00 — já descontadas as despesas básicas como alimentação, energia, água, telefone etc. — e R$ 1.700,00 estão comprometidos com débitos parcelados, significa que somente R$ 300,00 podem ser destinados para novos tipos de gastos.
Com base nessa situação, se a família optar por adquirir um bem de R$ 3.000,00 em dez prestações sem juros, vai demorar dez meses para conseguir quitar essa compra.
Isso significa também que, nos dez meses seguintes à aquisição, a família não poderá assumir mais nenhuma dívida.
Portanto, se o casal resolvesse ter um filho nesse período, possivelmente, teria enormes dificuldades financeiras, por não ter capacidade de pagamento suficiente para os gastos normais com uma criança.
Como melhorar a situação para esperar o bebê?
Ao quitar débitos, o casal consegue aumentar a quantia de dinheiro livre da renda habitual.
Assim, cria as condições necessárias para poder sustentar a criança de forma digna.
Caso contrário, o risco maior é de atrasar parcelas, pagar juros abusivos e, ainda assim, não conseguir proporcionar o padrão de vida desejado para o bebê.
Por isso, note que a organização financeira é um requisito indispensável para planejar uma gravidez com sucesso.
Quando os pais se preparam para esse momento marcante, não se preocupam tanto durante a gestação nem encontram dificuldades para arcar com os gastos do nascimento e da criação do bebê.
Além dessa visão quantitativa — ou seja, que trata do volume de dinheiro livre —, a família também precisa ter uma noção do cenário qualitativo que está enfrentando.
Por exemplo, é importante saber quais são as perspectivas de crescimento para o país.
Pode parecer exagero pensar nisso, porém, vivenciar uma crise econômica nem sempre é fácil, ainda mais com uma família para sustentar.
O desemprego pode afetar muito a convivência em um lar e, por isso, o casal deve ficar atento ao cenário econômico em que a criança virá ao mundo.
Diante de um cenário assim, é de extrema importância que o casal conheça de forma detalhada:
– os valores de cada dívida (totais e parcelas);
– os respectivos prazos;
-a capacidade de pagamento não utilizada em cada mês.
Com esses dados, fica muito mais fácil planejar a chegada de um bebê.
Veja agora: Planejamento financeiro familiar… pode assustar, mas é fácil resolver
Estime os gastos fixos e variáveis da infância
Você talvez se pergunte: “como devo me organizar financeiramente e conseguir estabilidade para ter um filho?”.
A resposta para essa pergunta envolve uma série de atitudes.
Uma delas é a estimativa de gastos fixos e variáveis da infância, que vai desde a gravidez até a fase da pré-adolescência.
Nesse período, os gastos são constantes e diversos, pois o filho é totalmente dependente dos pais.
Durante o levantamento da estimativa de gastos, liste despesas com:
– pré-natal;
– consultas médicas;
– parto;
– roupas;
– medicamentos;
– alimentos;
– fraldas;
– móveis para o quarto do bebê;
– equipamentos para transporte da criança (cadeirinha, bebê conforto, carrinho etc.).
– creche;
– babá;
– escola;
– uniforme, entre muitos outros.
Percebe que os tipos de gastos variam conforme a idade da criança? Na estimativa de gastos, é importante que você faça uma previsão segura dos valores.
Inicialmente, é melhor considerar que a família terá que arcar com todos os custos.
Na prática, os gastos podem ser reduzidos com os presentes de um chá de bebê ou com a reutilização de roupas ou equipamentos de filhos de conhecidos.
Para não ter surpresas negativas — principalmente, quando a criança já tiver nascido —, é importante dividir os gastos em fixos e variáveis.
Como o filho vai estar em fase de crescimento por um longo período, é normal haver um grande número de gastos variáveis.
Mesmo assim, se for a primeira gravidez do casal, pode ser muito útil conversar com pais experientes, para ter uma noção mais realista das despesas em cada fase da infância.
Além disso, algumas ferramentas na internet podem auxiliar na mensuração dos custos, como as calculadoras de fraldas.
Embora os tipos de despesas com a criança possam variar no decorrer do tempo, o casal não pode perder de vista que o nascimento de um filho representa um “custo fixo” no longo prazo.
Falar assim pode parecer um tanto calculista, mas, no fundo, é algo importante para o próprio bem-estar do filho, afinal — quer queira, quer não —, o desenvolvimento da criança vai demandar uma quantia significativa por parte dos pais.
Com isso em mente, antes de ter um filho, o casal precisa ter plena consciência das responsabilidades que virão até que o descendente chegue à maioridade.
Adapte a rotina da família para a chegada do bebê
Ter uma rotina de casal sem filhos é bem diferente de ter um pequeno que depende complemente dos pais e é diretamente afetado por suas ações.
Enquanto a vida se restringe ao casal, um happy hour, baladas ou viagens a dois são mais fáceis de inserir no orçamento.
Mas, quando se tem filhos, tudo gira em torno da estabilidade, pois os pais não querem deixar faltar nada aos pequenos.
Assim, todo o orçamento tem que ser preparado para evitar falta de dinheiro para cuidados básicos e em possíveis emergências.
Portanto, veja a seguir como você pode se preparar para essa transição!
Corte gastos desnecessários
A mudança de hábitos pode ser difícil e desgastante. Para não ter que se preocupar com isso quando o bebê já estiver no colo, é bom começar a repensar a rotina antes mesmo do começo da gravidez.
Por isso, é importante fazer o planejamento financeiro do casal, cortar gastos supérfluos e direcionar esse dinheiro extra para um investimento. Pais sempre precisam ter dinheiro sobrando para eventualidades.
Então, considerem deixar de lado boa parte da diversão, das compras de roupas e acessórios etc.
Também pense em rever o gasto com combustível, água, luz, pacotes de TV a cabo e internet.
Ou seja, todas as contas fixas. Acredite: você também pode encontrar fontes de economia consideráveis ao repensar esses gastos.
Prepare o enxoval aos poucos
E que tal começar a preparar o enxoval utilizando esse dinheiro extra? As cores neutras podem ser utilizadas para compor o quarto.
Sem a pressão dos nove meses passando, o casal pode prosseguir devagar pelas etapas de preparação, como:
– a reforma do quarto;
– sua decoração;
– os móveis para o bebê;
– as roupinhas, toalhas e roupas de cama;
– as fraldas e itens de higiene.
Assim, quando o bebê finalmente chegar, não haverá grandes preocupações sobre o enxoval, pois tudo vai estar guardadinho, pronto para ser utilizado.
Busque alternativas de renda extra
Se o dinheiro anda curto e, mesmo cortando gastos supérfluos e revendo as contas, vocês não conseguem conquistar a estabilidade que precisam para a chegada de um filho, considere a possibilidade de procurar uma renda extra.
Aproveite os conhecimentos que já tem e encontre formas de ganhar dinheiro com eles. Por exemplo:
– vendendo bordado, crochê e tricô;
– dirigindo em aplicativos de transporte de passageiros;
– fazendo serviços freelancer pela internet;
– fazendo comida, doces ou serviços de confeitaria para venda.
Você também pode vender produtos de catálogo, mas calcule os riscos e evite a inadimplência vendendo de forma segura.
Do contrário, sua ideia de renda extra pode se tornar um problema a mais para resolver.
Peça conselhos a pais experientes
Como dissemos, os pais de primeira viagem podem sempre buscar conselhos de quem já experimentou esse momento.
Pergunte como foi a mudança de rotina, quais as principais fontes de gastos e como você pode se preparar para não passar dificuldades depois da chegada da criança.
Lembre-se de falar com diferentes casais, afinal de contas, as experiências podem ser bem diversas e dependem da situação específica de cada família.
Absorva os melhores aprendizados de cada um deles e procure evitar os erros que compartilharem com você.
Priorize a contratação de um plano de saúde
O cuidado com a saúde é uma das preocupações mais fundamentais para um casal, principalmente, quando se pensa em gravidez e no crescimento da criança.
Na fase de gestação, a mãe terá que passar pelo pré-natal, garantindo uma formação saudável para o bebê.
Além disso, o parto é um momento que requer uma atenção especial, seja ele natural, seja cesárea.
Se os pais não têm um plano de saúde oferecido pela empresa na qual trabalham, é importante que considerem contratar o serviço por iniciativa própria.
Ainda assim, vale lembrar que também é preciso se organizar financeiramente antes de adquirir um plano de saúde para a gestante.
O plano de saúde pode ser contratado durante a gravidez?
Uma gestante também pode contratar um plano de saúde, mas, provavelmente, não terá acesso às coberturas mais importantes no momento.
É que as operadoras que oferecem esse tipo de serviço fazem algumas exigências para o acesso a toda a cobertura contratada.
É provável que você já saiba disso. Sob esse ponto de vista, é muito mais interessante ter uma gravidez planejada, para conseguir todos os benefícios de um plano de saúde, cumprindo os prazos de carência antes da data do parto.
Por falar nisso, é importante ler o contrato com cuidado, avaliar as regras e conhecer todas as exigências e o período de carência para cada tipo de procedimento.
Assim, não há o risco de surpresas desagradáveis, na hora em que o plano for mais necessário.
Crie uma reserva de emergência
Dispor de uma reserva de emergência é praticamente uma questão de sobrevivência para uma família, ainda mais depois da chegada de um bebê.
Crianças adoecem, se machucam, e os pais precisam prover atendimento médico de urgência e os medicamentos prescritos.
Para conseguir formar esse fundo, o casal tem que ter uma boa dose de organização financeira, incluindo estratégias de economia doméstica e mudança de hábitos.
O ideal é que a reserva já esteja formada quando a criança nascer. Dessa forma, a construção do fundo de emergência precisa ser iniciada com antecedência.
Veja agora: A conta conjunta é a melhor opção para a sua família?
Qual é o valor ideal para começar a reserva?
Uma dúvida comum de quem vai iniciar essa jornada é sobre o montante ideal para guardar.
Na verdade, não existe uma resposta única para essa questão, já que o valor necessário depende do tamanho da família e do estilo de vida adotado.
Ainda assim, é normal se fazer a reserva com base no salário dos membros que contribuem para o sustento da casa.
Por exemplo, há famílias que buscam guardar um valor correspondente a seis meses de salário, enquanto outras chegam a reservar dois anos de remuneração.
Nesses casos, a intenção é se precaver de alguma eventual demissão do emprego ou crise econômica no país.
Como a pessoa pode demorar um semestre ou mais para conseguir uma nova vaga, conforme a situação do mercado de trabalho, a reserva servirá para arcar com as despesas desse período.
Além disso, mesmo que o casal permaneça empregado durante todo o período da gravidez, pode ser que a reserva de emergência venha a ser acionada para alguma eventualidade, como:
– a necessidade de realização de algum exame;
– a compra de um remédio;
– o pagamento de um gasto variável acima do inicialmente previsto etc.
Logo, a reserva se torna um sinônimo de tranquilidade e de segurança para a família.
Para formar esse fundo, o casal deve estabelecer uma meta de economia mensal, de preferência, de 10% ou mais da renda.
Uma maneira de não gastar esse dinheiro à toa é separar esse dinheiro antes mesmo de fazer qualquer pagamento e, só depois, realizar o orçamento doméstico com o restante.
Se a família pretende formar a reserva de emergência de modo mais rápido, talvez tenha que aumentar a porcentagem de poupança sobre a renda mensal.
Por falar nisso, é provável que a caderneta seja o destino principal da quantia do fundo, já que esse tipo de aplicação tem alta liquidez (facilidade para resgatar o dinheiro).
Outra parte da reserva pode ser alocada em títulos públicos do Tesouro Direto ou em uma aplicação bancária de fácil resgate, afinal, esse dinheiro deve estar sempre à disposição para um imprevisto.
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